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A guerra entre Gaza e Israel está a desenrolar-se: Sabedoria, Graça e Compaixão

Por Shama Kaur

Ao assistir à eclosão da guerra em Gaza, sinto-me impotente, perturbado, dominado por um profundo sentimento de angústia, raiva, tristeza e imensa dor. Na minha busca de consolo e para o partilhar convosco, escrevo isto peça para espalhar a compaixão e a sabedoria antiga.

A minha experiência na Palestina

Há alguns anos atrás, tive o privilégio de ser convidado por palestinianos em Belém para dirigir um Programa de Formação de Professores de Kundalini Yoga em “Beitashams”, traduzido para a casa da luz. Ao percorrer as paisagens encantadoras da Palestina, não pude deixar de me sentir cativado pela beleza do país e pelo espírito duradouro do seu povo. A minha viagem, que se estendeu de Ramallah a Jericó, de Nablus a Jerusalém e a Telavive, revelou contrastes gritantes entre as regiões oriental e ocidental. Estas diferenças eram evidentes através dos numerosos postos de controlo, do infame muro, dos interrogatórios e das disparidades a nível das infra-estruturas.

No entanto, esta divisão não é nova; é um tema recorrente ao longo da nossa história. Ao longo dos últimos milhares de anos de existência humana, os seres humanos assistiram a inúmeros episódios de opressão, violência, maus-tratos e desigualdade.

Viajar pela memória

Ao longo da história, temos assistido a episódios de imenso sofrimento e opressão. O tráfico transatlântico de escravos sujeitou milhões de africanos à crueldade e o apartheid impôs a segregação racial na África do Sul. As potências coloniais, como os britânicos na Índia, colonizaram África e as terras dos aborígenes na Austrália, enquanto nas Américas as terras dos nativos americanos foram colonizadas de forma semelhante.

Na antiguidade, os faraós do Egipto detinham um poder e uma riqueza imensos, construindo estruturas grandiosas como as pirâmides, ao mesmo tempo que sujeitavam à opressão uma força de trabalho, incluindo escravos.

Na história mais recente, guerras como a I Guerra Mundial, a II Guerra Mundial, a Guerra do Golfo, a Guerra da Bósnia, a invasão do Afeganistão liderada pelos EUA e a Guerra do Iraque causaram violência generalizada, deslocaçõese sofrimento. Atualmente, assistimos a conflitos contínuos na Palestina/Israel e na Ucrânia. Conflitos que conduziram à guerra e ao sofrimento de inúmeros civis inocentes, mortos, órfãos, feridos, separados dos seus entes queridos e deslocados.

A questão é: como é que nós, iogues da era de Aquário, respondemos conscientemente ao sofrimento dos outros sem nos dividirmos, mas unindo-nos em direção à Unidade?

A questão é: como ultrapassar estas divisões e fomentar a unidade num mundo onde a separação prevalece frequentemente? prevalece?

Em primeiro lugar, temos de reconhecer que, como iogues, activistas da paz e humanitários, os nossos valores comuns são a paz, a compaixão e a não-violência. A matança de vidas inocentes, o rapto de civis inocentes, a separação de famílias, a deslocação de pessoas e a destruição de casas vão contra as aspirações do espírito do coração.

No entanto, temos também de reconhecer que continuamos a operar num mundo que é regido pelas leis do poder, do dinheiro e do territorialismo. Onde a perda de vidas inocentes é um pequeno preço a pagar pela expansão da agenda política. Apesar de a violência não resolver os problemas, mas apenas gerar mais violência, continua a ser utilizada para ganhar poder e controlo.

Então, como é que podemos usar a nossa consciência para navegar num mundo onde a escuridão parece prevalecer e ofuscar a luz da consciência?

1. Reconhecer, Aceitar, Concordar

Os ensinamentos iogues esclarecem a lei do Karma, em que cada ação tem uma reação.

A repetição oferece-nos oportunidades para evoluir e alterar o nosso rumo. É este padrão que alimenta as revoluções e faz explodir transformação. O mantra “Sa Ta Na Ma” significa o ciclo de existência – nascimento, vida, morte e renascimento.

A crise atual convida-o a libertar-se do ciclo cármico do passado. Pode escolher viver na culpa, vergonha, apontar o dedo, ódio, divisão e projeção ou concentrar-se de todo o coração no agora.

O nosso karma é herdado de sete gerações anteriores e continua a ter impacto no indivíduo, no coletivo e na nação, de sete gerações em diante.

Poderá haver uma lição cármica mais profunda, para além da nossa compreensão intelectual, que esteja a permitir que as coisas aconteçam como estão?

Será que tudo o que está a acontecer é por vontade do Criador, a Causa das Causas?

Será possível que a dicotomia entre o certo e o errado seja apenas uma construção dos nossos pensamentos, tal como sugerido por William Shakespeare, que disse: “Porque não há nada nem bom nem mau, mas o pensamento torna-o assim”

Se partilharmos esta perspetiva, então aceitar o atual status quo torna-se mais possível, mesmo que não sejamos capazes de mudar o curso do que se está a desenrolar. Podemos também prestar atenção ao que está a despertar dentro de nós em resposta às atrocidades que estão a acontecer e concordar em servir o destino da nossa própria alma na direção em que ela está a ser profundamente chamada. .

2. Impotência

A maioria de nós sente-se completamente impotente perante o sofrimento impiedoso que está a acontecer na Palestina e em Israel. Mas o yogi não deseja ganhar poder sobre o mundo exterior, mas sim elevar o seu próprio poder interior e agir como um santo antes de um guerreiro. Sentir-se impotente dá-nos a oportunidade de crescer em consciência para não criarmos tanta dor e sofrimento no futuro.

Podemos perguntar-nos: qual é o meu papel aqui no que está a acontecer? Que poder tenho para influenciar uma mudança positiva para o futuro?

Como mãe, pode estar a educar crianças que incorporam valores de não-violência, paz e tolerância. Como figura política, o seu objetivo pode ser moldar políticas que dêem prioridade à verdade, à igualdade e à coexistência harmoniosa. Enquanto ativista, o seu objetivo pode ser influenciar a opinião pública no sentido da justiça através da promoção da unidade. Como escritor, pode esforçar-se por articular palavras de verdade e inspiração. Como professor, o seu objetivo poderá ser o de proporcionar clareza, sabedoria e cura aos corações e mentes daqueles que se debatem com o sofrimento angustiante dos outros. Cada um de nós tem um destino único, uma maneira pela qual os nossos dons únicos podem ser usados ao serviço de um futuro de frequência mais elevada. Qual é a sua forma de servir? Como é que quem somos verdadeiramente pode fazer uma mudança positiva no mundo?

3. Da separação à unidade

A sabedoria é compreender que a opressão e a violência fazem parte da existência humana, tal como a interação interminável de elementos como o sol e a lua, a alegria e a tristeza, a luz e a escuridão, o dia e a noite, que são inseparáveis. A sabedoria quer ensinar-nos que, sem a guerra, podemos não apreciar plenamente a paz. Sem sofrimento, a profundidade da compaixão pode escapar-nos. Embora a violência seja trágica, pode despertar a humanidade adormecida dentro de nós, iluminando o nosso potencial de mudança e progresso.

4. Viver na Era de Aquário

Yogi Bhajan ensinou que a transição para a Era de Aquário traz consigo grandes dádivas, mas também desafios. Conhecida como a era da ascensão do feminino, esta era enfatiza a comunicação, a tecnologia e as redes de cooperação. Incentiva a inovação, a individualidade e o crescimento pessoal em prol da mudança social e da liberdade, privilegiando os valores humanitários em detrimento do materialismo.

Mas nem todos entraram nesta mudança. Muitos continuam a operar à maneira antiga, conhecida como a Era de Peixes, em que a hierarquia, a competição e o ganho material tinham maior influência, resultando frequentemente em divisão e conflito. Poderá notar uma divisão significativa na sua própria família e no seu agregado familiar. As novas gerações têm muitas vezes valores e perspectivas contrastantes em comparação com as gerações mais velhas, que estão mais enraizadas na Era de Peixes.

5. Compreender através da compaixão ou compreender mal os tempos

O quinto sutra da Era de Aquário convida-nos a compreender através da compaixão, caso contrário, corremos o risco de interpretar mal os tempos actuais.

A compaixão, na sua essência, significa “sofrer com”. Trata-se de mergulhar na dor do outro e senti-la genuinamente como sua. Implica imaginar que é a pessoa que está a enfrentar a violência, a opressão e o abuso. Passa a ser a pessoa que perdeu a sua casa, a sua terra, a sua família e a sua dignidade. Só então poderá compreender autenticamente e partilhar o sofrimento do outro.

A compaixão implica não só a compreensão do sofrimento das vítimas, mas também empatia com os agressores. Significa dar largas à imaginação para compreender a dor que os poderia ter levado a recorrer à violência em busca de consolo ou sobrevivência.

A capacidade de sentir a dor do outro como se fosse a sua é um dom extraordinário. É como uma graça divina que nos permite sentir empatia pelo sofrimento dos outros. Mas depois de sentirmos essa dor, o que é que vem a seguir?

6. Do “eu” ao “nós”

Porque é que a sede insaciável de riqueza e poder continua a levar indivíduos e nações a dar prioridade ao ganho material em detrimento das verdades fundamentais? É possível que um “conhecimento errado” da realidade obscureça a nossa visão e nos leve a acreditar que a violência serve os melhores interesses de alguém ou de alguma coisa?

A mente é ávida de compreensão, mas imagine por um momento que está a ver o mundo através de lentes coloridas. Alguns vêem-no a vermelho, outros a preto, obscurecendo a verdade. Alguns vêem o mundo através do “Eu” e do “Meu”, o que pode ser referido como os chakras inferiores, enquanto outros vêem o mundo através do “Nós” e “Nós”.

Nos tempos que correm, é cada vez mais importante centrarmo-nos no “nós” contra “eles”. É um momento para despertar os músculos do centro do coração que é a chave para equilibrar as polaridades da terra e do céu; desejos mundanos ou transformação espiritual.

No coração não há divisão. É apenas a mente que cria a dualidade. Mas o coração sente dor. Num mundo caótico e de ritmo acelerado, é fácil cair no estado de “sentir nada”, frieza ou apatia a que Yogi Bhajan se referia como Frio Depressão. A solução é permitir-se sentir a dor sem reagir a ela.

7. Da dor ao amor

No meu percurso espiritual, descobri que o entorpecimento emocional serve de escudo contra uma dor avassaladora. É o nosso mecanismo de defesa que cria filtros para tornar a vida se sentir mais fácil de gerir. Isto explica porque é que alguns acham o silêncio mais seguro do que o confronto o sofrimento do mundo. Mas a verdade é que todos nós temos formas e capacidades diferentes para lidar com a dor e o sofrimento do mundo. Toda a gente sofre de formas diferentes.

Ao longo da minha própria jornada de dor e amor, o meu professor sempre me ensinou a manter o meu amor um passo à frente da dor. Nas suas palavras;

“Quando a dor é tão grande, apontamos o dedo a quem causou a mágoa em vez de assumirmos a responsabilidade pela nossa própria dor. A realidade é que a sua dor é smostrando-te que tens um coração. Por detrás e dentro disso está a simples verdade que a dor acompanha a existência. Não pode ser evitado ou anulado culpando os outros.

A dor é quando o sistema nervoso é solicitado e desafiado a assumir uma nova nível de experiência. Mesmo o êxtase e a felicidade podem ser dolorosos quando não estamos aclimatado. Esta dor pode tornar-se a força por detrás da oração e pode alimentar a sua

o amor em ação e serviço. Pode escolher estar com a sua respiração, o seu coração ou evita o teu coração e deixa que a tua mente e o teu corpo te roubem a respiração. Só então pode agir por amor e serviço, em vez de reação emocional e culpa. e culpa.” ~ Shiv Charan Singh, Professor Espiritual

Exercício para transformar a dor em amor

Meditação para curar um coração partido

Para curar as feridas emocionais do coração, é preciso acalmar os nervos que contêm a ferida. Uma rutura na relação (com os outros ou com o nosso Eu) tem reacções no sistema nervoso e no cérebro quase idênticas às de um ferimento físico ou da perda de um membro.

Esta meditação calmante permite que o sistema autónomo relaxe e que a respiração abrande para um ritmo meditativo, trazendo renovação e relaxamento ao coração e à mente.

Postura: Sentar-se em Pose Fácil com a coluna direita e um ligeiro bloqueio do pescoço.

Mudra: Palmas das mãos juntas, tocando-se ligeiramente. A ponta do dedo Saturno (médio) está ao nível do Ponto do Terceiro Olho. Os antebraços são horizontais em relação ao solo, com os cotovelos elevados. Olhar para dentro.

Continuar durante 11, 31 ou 62 minutos. Depois inspirar, expirar, relaxar a respiração e, com as mãos entrelaçadas, esticar os braços para cima durante 2 minutos.

Este kriya é uma cortesia de YB Teachings, LLC.

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